PARA QUEM SE DESTINA
Pessoas que vivem com Alzheimer ou outra demência degenerativa em fases iniciais e desejam expressar seus pensamentos, medos, emoções ou memórias por meio da criatividade.
Familiares ou pessoas próximas que queiram compartilhar suas vivências, experiências e reflexões sobre o impacto da doença em seu entorno.
SOBRE A CATEGORIA
O objetivo desta categoria é dar voz à experiência de pessoas com Alzheimer ou outra demência neurodegenerativa, permitindo expressar suas emoções e vivências através de diferentes meios criativos, para fomentar a compreensão sobre o sofrimento mental ou emocional de quem convive com a condição, assim como de seus familiares e pessoas próximas.
Nota: Dúvidas sobre os tipos de demência em relação ao concurso
Se o termo que você conhece é “demência senil”, ainda assim pode participar do concurso. São aceitas obras relacionadas a qualquer tipo de diagnóstico de demência.
As expressões “demência senil” e “demência senescente” foram utilizadas historicamente no campo clínico e em manuais como o DSM para se referir a síndromes demenciais associadas ao envelhecimento. Senil quando patológica, senescente quando “natural da idade”. No entanto, atualmente, tanto na prática clínica quanto na pesquisa, esse termo é considerado inadequado por vários motivos:
Sugere que a demência é consequência do envelhecimento, quando na verdade trata-se de um processo patológico, não parte normal do envelhecimento.
Pode dificultar a compreensão de que existem diferentes tipos de demências patológicas, cada uma com causas, evolução e necessidades específicas.
Decidimos incluir em alguns materiais a expressão “demência senil” na descrição da categoria porque ainda é um termo amplamente utilizado pelo público em geral e por muitas famílias, especialmente ao buscar informações, diagnósticos ou compartilhar experiências. Nosso objetivo é acolher e dar visibilidade a todos, independentemente do termo utilizado, e incentivar a participação de pessoas em diferentes etapas de compreensão sobre o tema.
Formatos aceitos:
Criações escritas: Relatos, poemas, experiências, contos ou outras criações literárias.
Extensão mínima: Não há.
Extensão máxima: 6.000 palavras ou 15 páginas (frente única), com fonte Arial tamanho 12 e espaçamento simples.
Apresentação: Word ou PDF.
Criações visuais: Desenhos, ilustrações, fotografia, vídeo.
Desenhos e ilustrações: JPG, PNG ou PDF.
Fotografia: JPG ou PNG.
Criações audiovisuais: Vídeos que reflitam vivências, depoimentos ou expressões artísticas.
Vídeo: Duração máxima de 15 minutos, em MP4 ou AVI.
Idiomas aceitos: Espanhol e português.
Obras escritas em outros idiomas serão traduzidas automaticamente para o espanhol e revisadas por pessoas fluentes no idioma original.
Independente do idioma do vídeo, é necessário enviar o arquivo do vídeo e um arquivo separado com as legendas tanto em espanhol quanto em português.
Limite de participação:
Número máximo de obras aceitas: 100.
As inscrições serão encerradas ao atingir esse limite.
1 valoración
Amor, fé e esperança
Tudo começou no dia 6 de novembro de 2018.
Tínhamos uma família como qualquer outra vivendo nossas rotinas diárias até que nesse dia meu esposo saiu para trabalhar e algumas horas depois retornou para imprimir um documento.
Quando estava pronto para sair novamente, reclamou que estava com dores no peito e no braço e foi ficando intensa, nesse momento, liguei para o serviço médico que foi rápido no atendimento, porém, aos 49 anos meu esposo teria um infarto fulminante, se não fosse pelo atendimento eficaz.
No entanto, ele teve uma parada cardiorrespiratória por aproximadamente 30 minutos, onde faltou oxigênio no cérebro.
Tivemos uma fase muito difícil porque foram 52 dias de internação, sendo 19 dias na UTI entubado, sem condições de saber se haveria sequelas, mas já no quarto percebi que ele não reconheceu a família e não se expressava como uma pessoa normal.
Voltou para casa usando sonda nasal para alimentação, pois não aceitava nada por via oral, não andava, não falava, nem expressava sentimentos.
Precisei ser forte para cuidar da família, mas com muito amor e carinho fomos vencendo os obstáculos.
Ele usou sonda nasal por uns 5 meses, mas eu estava sempre no pronto socorro com ele, porque retirava a sonda e era necessário recolocar, então, um dia, comecei a fazer o desmame da sonda, e ele ficou 10 dias rejeitando os alimentos e água, e mais algumas idas a emergência para tomar soro . Com ajuda dos parentes, conseguimos fazê-lo voltar a andar,a comer e a falar.
O laudo dele não é definido, mas o dano é irreversível, mas estável.
Atualmente ele usa fralda, tem demência, mas as vezes se lembra de nomes dos familiares próximos, consegue ler, mas não compreende o que lê, reclama o tempo todo que sente dores de cabeça, mas com a medicação que faz uso, tem momentos que está sem dor e tudo fica perfeito.
É necessário ficar o tempo todo com alguém cuidando, pois tem momentos que ele fica agitado e acaba levando a boca qualquer objeto a disposição, ou seja, ele não distingue o que é alimentos de outro objeto qualquer, o que é perigoso para a saúde. Por descuido meu, já retirei da boca dele, dinheiro, detergente, elástico de prender cabelo, sabonete,etc…
Sem medicação ele não dorme, costumo dizer que o cérebro dele não “desliga”, e isso causa um estresse grande para ele e para mim como cuidadora e responsável por ele.
Para que eu consiga dormir, é necessário amarrar um lençol nas laterais da cama para que, quando ele se levantar de madrugada, eu perceba e acalme ele, para que não se levante muito rápido e caia por motivo de tontura.
Precisei adaptar minha casa e minha vida para dar condições dignas ao meu companheiro, meu amigo, meu amor e agora meu filho mais velho que eu.
Costumo dizer que vivemos um dia de cada vez.
Então, que o amor, a fé e a esperança nos mova de forma que alcacemos o infinito.